terça-feira, março 30, 2010

Triste Coincidencia

O Metro de Moscovo, ou o Palácio do Povo como muitos o apelidam, foi ontem palco de mais um atentado suicida que provocou a morte a mais de 30 pessoas. Duas estações da linha vermelha foram atingidas: Lubianka (antiga Dzerjinskaya, nome do fundador da KGB e daí o simbolismo da 1ª explosão nesta estação) e Park Kulturei.


Logo que ouvi nas noticias «Park Kulturei» depressa me lembrei dos dias que passei em Moscovo em Setembro de 2005 quando fazia o curso de verão de lingua Russa, pois entrava diaraiamente nesta estação para me deslocar pela cidade. A residencia onde estava ficava a escassos metros de Park Kulturei. Primeira impressão: como é possivel? Ataques suicidas em plena hora de ponta no metro de Moscovo? Mais incrivel ainda é constatar que passei naquelas ruas, naquelas escadas rolantes, circulei naquelas carruagens, tal como fazem milhões de pessoas diariamente. Uma triste coincidencia, de facto.




A verdade é que o povo está cansado de corrupção, de guerra, de ajuste de contas e ainda assim é a esse povo que o sofrimento bate à porta.

Uma palavra de solidariedade para aqueles que ontem perderam a vida. 

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Barroco Estalinista vs Modernismo Exacerbado

O «Barroco estalinista» acompanha o dia a dia de qualquer habitante de uma ex-republica sovietica. Defina-se o termo: arquitectura de linhas muito simplistas (desculpem-me os arquitectos se cometer alguma incongroencia), sem cor, autenticos «caixotes» ao alto. Áreas comuns degradadas e quase sempre sem luz, elevadores que la vão funcionando e casas com «interiores» surprendentemente arranjados...quando há dinheiro, claro. Outra caracteristica tipica: frentes dos predios iluminadas mas traseiras completamente escuras - e diga-se que é na parte traseira que se encontram as entradas dos predios - o que, na minha opiniao, exemplifica o regime da altura na perfeição: o importante é o todo e não o individuo (esse, coitado, se queria entrar em casa que levasse uma lanterna ou uma velinha).
De facto, para nós «ocidentais» (entre «» porque tento fugir de rótulos) que estamos habituados a cidades pequenas, com centros muito pitorescos e ruas pequenas e estreitas, ir a uma cidade como Minsk com ruas c/4 faixas para cada lado em pleno centro da cidade e edificios gigantes é deveras exotico.
Deixo até exemplos de alguns desses edificios:












E depois, vemos marcas de um modernismo atroz, quase como uma voz que grita «estamos no seculo XXI», proprio da mentalidade asiatica que caracteriza estes países...e mais uma vez não importa se é util, importa é que é moderno.
Exemplo disso é o edificio da biblioteca de Minsk (abaixo):




Ou os projectos futuristas para a cidade:




Mas não se sintam com isto desencorajados para visitarem estes paises...são de facto magnificos, imponentes e com uma pontinha de misterio que, confesso, me atrai como um iman.
Vejam em posts anteriores que a Bielorrussia não é só barroco estalinista...aliás, a Bielorrussia é um caso à parte, como sempre,  estancada entre o saudosismo do leste e a modernidade do Baltico.

sexta-feira, novembro 27, 2009

quinta-feira, novembro 26, 2009

Tenho saudades de...

...andar de «tramvai» (=electrico).

Era o meu meio de transporte favorito em Minsk. Alguns mais antigos que outros, coloridos, barulhentos, a forma ideal de deambular sem destino pela cidade e, pela janela, ir apanhando esta e aquela imagem.



Antes de ir ao leste já tinha conhecimento que este transporte ainda era utilizado...como no geral é tambem meio de deslocação nos países nordicos. Claro que o primeiro «contacto» é através do livro "Margarita e o Mestre" de Bulgakov que, convenhamos (para quem já leu), é algo assustador e surreal.


É verdade, o «tramvai» tem muita historia e muito significado para mim...já para não dizer que é um meio muito ecologico.


Só vantagens!





terça-feira, novembro 24, 2009

Vamos tentar...


Tentarei sempre que possivel dar a conhecer noticias sobre a Bielorrussia, deste país tão distante sobre o qual pouco ou nada se sabe.

No entanto, sendo considerada a ultima ditadura da EU, tudo o que passa para o «papel» é sempre contraditorio.
Para além disso, outros assuntos serão expostos sempre com a certeza que...palavras há muitas...e interpretações ainda mais.

sexta-feira, junho 01, 2007

Hatin

Ja ha muito tempo que não escrevia nada no blogue...talvez falta de tempo e disposição, pelo que tenho muito que escrever e que mostrar.
Neste post vou falar sobre Hatin, uma pequena aldeia a cerca de 60 km de Minsk que foi completamente destruida pelos fascistas na II Guerra Mundial. No fundo, este é um dos principais memoriais da guerra, sendo conhecido pelo facto de todas as pessoas da aldeia terem sido mortas excepto excepto uma, de quem fizeram uma estatua onde carrega o filho morto ao colo. Apesar do lugar ser muito triste, a natureza circundante é muito bonita e sem duvida que vale a pena.
Aqui ficam as fotos...


















Depois de Hatin, estavamos muito, muito cansados e por isso fomos beber um martini ao 22º andar do hotel Belarus...a vista é formidavel!



Por hoje é tudo...brevemente havera mais noticias, prometo!

Ju

sábado, abril 21, 2007

Gomel

No fim de semana de 14 a 17 de Abril estive na regiao de Gomel, no sul da Bielorrussia, perto da fronteira com a Ucrania. Gomel é a segunda maior cidade da Bielo e ficou trajicamente conhecida por causa do desastre de Chernobyl, que afectou grande parte da regiao.
Gomel é uma cidade bastante sovietica, que se distingue um pouco das outras cidades por cause de um grande parque natural, atravessado pelo rio Sosh. Sem duvida que vale a pena visitar!
A ideia de visitar Gomel, partiu da Nadia que tem lá familia. Partimos no comboio das 7h50 e as 12h ja estavamos em Gomel.
Foi bom aproveitar o fim-de-semana prolongado e passear. No dia 17 foi feriado na Bielorrussia, uma celebracao da igreja ortodoxa, no f-d-s a seguir a Pascoa, em que as familias vao ao cemiterio visitar os parentes que morreram e no fundo «celebrar» a Pascoa com eles.
Resumindo: foi um super fim-de-semana! Aqui ficam as fotos:


No centro de Gomel.


A minha compincha, Nadia.


Atras de mim o edificio do teatro.



Eu e o camarada Lenin!




No parque: um esquilo muito fofinho!





Eu e os cisnes.



O rio Sosh.



Onde é que está o elevador?!?





A catedral de S.Pedro e S.Paulo.




O palacio situado no parque. Pertencia a um tal conde que eu agora nao me lembro do nome :-/



No interior do palacio no salao de marmore


Depois de Gomel, partimos para a aldei aonde vive a avo da Nadia, mais ou menos a 40 km da cidade (a aldeia chama-se Vacilovka, se nao me falha a memoria). Foi muito interessante visitar uma verdadeira aldeia bielorrussa, incluindo contacto com os animaisinhos e casa-de-banho na natureza. Aqui ficam as fotos:



Vista geral da aldeia.




Eu, a Nadia e a nossa babushka!!!





A familia Sheshko.




A babushka a preparar deliciosos manjares no forno a lenha!




Intervalo para uma cervejinha!




Paisagem comum na Bielorrussia: betulas, betulas e betulas!




Eu e o meu novo amigo :-)




No cemiterio na aldeia. Todas as familias vao ao cemiterio e levam comida e bebida e «confraternizam» com os parente mortos. Esta tradicao foi muito estranha para mim, mas estamos sempre a aprender.



E por hoje é tudo.

Ju